Você com certeza já assistiu algum filme que retrata uma sociedade futurista com um funcionamento bizarro – e muitas vezes – violento. “Isso é muito black mirror”, expressão criada a partir da série da Netflix que retrata cenários alternativos entendidos como bizarros, se popularizou muito e hoje já faz parte do vocabulário de todo mundo. Mas a realidade de black mirror está assim tão distante da nossa?
O ano é 2024 e temos em curso a nível global pelo menos 04 conflitos entendidos como guerras em diferentes hemisférios, grandes corporações que detém uma receita monetária maior do que muitos países, monopólios tecnológicos que captam sua atenção por meio de gatilhos mentais e coletam seus dados para vender para outros monopólios, sem sua autorização e controle, índices cada vez maiores de depressão, obesidade, ansiedade, sistemas políticos, econômicos e culturais falidos e… um vídeo de um adulto falando com uma vozinha ridícula que o seu sobrinho ama completamente. Os absurdos não fazem mais parte da ficção e são nossa rotina diária, sendo despejados na nossa frente a um nível tão absurdo que nós somos sequer capazes de assimilar.
O que eu e você vivemos hoje, é uma distopia tecnológica.
Mas afinal, o que é uma distopia?
De acordo com o significado do dicionário: distopia é uma palavra que vem do grego, em que dys é um prefixo inseparável que “destrói o bom sentido de uma palavra ou aumenta seu sentido ruim” e topos quer dizer lugar, sendo literalmente a tradução para “lugar ruim”.
A distopia é a representação de uma realidade ou sociedade imaginária opressora e aterrorizante. É o oposto de utopia. Esse termo se refere também a um lugar de opressão e violência, desespero ou privação, geralmente regidas por sistemas totalitários e com forte autoritarismo. A palavra é usada para descrever um lugar, uma época, uma comunidade ou uma sociedade “imaginários” onde se vive de forma precária, sofrida, sob um regime autoritário e muito desespero.
Aqui você pode imaginar obras como the handmand’s tale, jogos vorazes, watchmen, admirável mundo novo, 1984, laranja mecânica ou qualquer outra representação visual que lhe remeta a uma sociedade desigual, precária e sem oportunidades, cuja única experiência é o desconforto. Mas, basta você sair as ruas de qualquer metrópole hoje, em qualquer lugar do mundo e a situação que você verá não é muito diferente, certo?
A tecnologia se insere nesse contexto como ferramenta de controle, por parte do estado ou de instituições ou corporações, ou ainda, como ferramenta de opressão, por ter escapado ao controle humano. A tecnologia nunca avançou tanto como nos últimos anos e mesmo assim, a desigualdade aumentou. Dois anos depois da eclosão da pandemia do coronavírus, um novo bilionário surgiu a cada 26 horas e os dez homens mais ricos do mundo dobraram suas fortunas, enquanto mais de 160 milhões de pessoas foram empurradas para a pobreza, informa a ONG Oxfam. Então porque, mesmo com todas as ferramentas e dados aos nosso alcance, ainda parece impossível ir contra a própria distopia em que nós estamos inseridos?
Esse perfil nasceu com o intuito de responder essa e algumas outras questões, de trazer uma nova perspectiva sobre como a tecnologia impacta a nossa vida, nossas relações pessoais, de trabalho e políticas e abordar um viés muitas vezes oculto da visão que temos sobre inteligência artificial, corporações, mercado, investimentos e tecnologia.
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